O dono de tudo
Tematizando explicitamente a valorização da natureza
como bem comum, partilhado pelo homem e por todos os restantes seres
vivos, esta narrativa dá conta das consequências negativas da ação
do ser humano quando tenta dominar o seu meio, quebrando o ciclo
biológico dos vários ecossistemas. A ideia de "posse" ou de
"domínio" do ambiente, alicerçada na conceção do homem como um ser
externo à natureza e dela independente, associada ao nível mais
elementar de consciência ecológica, resulta nesta narrativa na
destruição do espaço natural e é fortemente criticada. A descoberta
da dependência face ao meio e da sua complexidade, com uma teia de
relações densa, decorre, neste caso, de um processo cumulativo e
sequencial de ações descritas com recurso ao paralelismo e a
repetições que, no final, terão que ser invertidas e corrigidas.
Ainda que não seja totalmente inovador, o texto valoriza um usufruto
partilhado e equilibrado do espaço natural entre o homem e os
habitantes não humanos do planeta.
As ilustrações que o acompanham, contudo, caraterizam-se pelo seu
carácter redundante e simplista, de sofrível qualidade estética.
Ramos, A. M. & Ramos, R., 2010